Mais um dia de longa viagem pela
frente. O destino agora era a pequena ilha de Flores, uma cidade base para
visitar a próxima atração da Guatemala, a cidade maia de Tikal. Diferente de
outros países que eu segui praticamente numa linha sul norte, na Guatemala eu
atravessei o país de oeste pra leste. Isso porque os lugares mais incríveis e
recomendados estavam “espalhados”. E como eu seguiria para a parte do Caribe no
México, fazia sentido cruzar a Guatemala e já estar mais próximo da entrada
escolhida no próximo país. Flores era uma graça, com um maravilhoso pôr do sol,
mas fazia um calor danado que até os cariocas reclamariam...rs. Para chegar em Tikal leva em torno de uma hora, sendo que uma parte do trajeto já é dentro do
parque onde fica a cidade. Optei por ir sem guia, então sai caminhando e
descobrindo o lugar pelos mapas do próprio parque e foi uma surpresa atrás da
outra. Sem querer comecei pelos lugares menos visitados, e a medida que
caminhava descobria joias e mais joias no lugar. A melhor sensação foi quando
subi uma escada (nisso já haviam várias pessoas) e quando cheguei no topo
descobri monumentos altíssimos que eu não fazia ideia que estariam lá. Foi muito
legal! E então fui seguindo pra buscar esses lugares e quando achava que já
havia visto tudo, me deparava com outros lugares incríveis. O mais legal de visitar esses lugares, além de apreciar as grandiosas construções, é imaginar o povo que ali vivia. Como eram seus hábitos, como conviviam em sociedade e como se relacionavam. É uma viagem surpreendente no tempo!
segunda-feira, 30 de abril de 2018
sábado, 28 de abril de 2018
Depois da tempestade...
Minha ideia depois de Atitlán era
seguir para Lanquim. Eu tinha duas opções. Voltar para a capital e de lá tomar
um ônibus ou vários para chegar a Lanquim ou usar o serviço de shutlle. O
shuttle é como os nossos conhecidos ônibus de viagem, porém é um serviço usado
só por turistas e normalmente são vans, ou ônibus pequenos. Para esse trajeto
na Guatemala e um outro que se seguiria, era a melhor opção que eu tinha, pois
eram distâncias longas e que talvez nem ônibus tivesse. Eu acho que essa foi a
viagem mais longa e também a mais dura até agora, pois essa estrada em alguns
trechos era assustadora. Além das curvas, estrada de chão e penhascos eu não via
a hora de chegar. Depois de 11 horas e muita paciência do motorista e dos
passageiros, chegamos a pequena cidade de Lanquin. É bem interessante porque
quando chegam os transportes, já estão a nossa espera os responsáveis de cada
hotel ou hostal. Alguns apenas para buscar seus hospedes e outros para tentar
vender a quem não tem reserva. Eu já havia feito, então peguei uma “carona” até
o lugar. No dia seguinte, fui conhecer o responsável por esse deslocamento
maluco: Semuc Champey. E então, veio a bonança! É um daqueles lugares que a
gente nem acredita que existe. Semuc Champey apesar de parecer um nome pra inglês
ver, é na verdade um nome na língua Q’eqchi que significa “donde el rio se
esconde bajo la tierra”, que é exatamente o que acontece. O rio se “esconde”
por uns 300 metros e depois reaparece. Acima de onde está escondido, se formam
as incríveis poças de água verde, na temperatura certa e com a natureza ao
redor completando tudo. É possível subir até um mirante para observar essa
lindeza, e depois se refrescar feliz. É um daqueles lugares que parecem
distantes (e até são), mas estão no mundo então é possível alcança-los e isso é
muito maravilhoso!
quinta-feira, 26 de abril de 2018
Dois dias no Lago Atitlán
Chegando no Lago Atitlán, descobri um lugar incrível. Um enorme lago que tem em seu entorno aproximadamente
12 povoados e claro, vulcões! Alguns você pode chegar pela estrada e outros
somente de barco. Eu fiquei em Panajachel e dali pude conhecer outros quatro
lugares. No primeiro dia peguei um barco até San Juan, e depois caminhei até San
Pedro. Cada povoado tem seu diferencial e a produção de um artesanato mais
específico. Em San Juan havia muitas galerias de arte com belíssimas obras, em
San Pedro o forte eram os restaurantes e é muito procurado pelos viajantes. No
outro dia fui conhecer Santa Catarina e San Antonio. Para esses dois povoados,
chegar de barco é mais caro pois não existe transporte público, então fui pela
estrada. O transporte é na caçamba dos carros, e depois descobri que isso vale
para toda a Guatemala. Um transporte nada seguro, mas também não se usa
capacete em moto, além de andarem mais de duas pessoas (cheguei a ver quatro numa só...com criança, claro..rs), ou
seja, andar na caçamba, tá de boa. Os lugares têm uma vista linda, mas a vida
não parece ser fácil. Em San Antonio conheci a Joana, mãe de 8 filhos, separada
(o marido a deixou por outra...histórias que se repetem no mundo), e que
sobrevivia da venda de artesanato e também da pintura em cerâmica, muita famosa
nesse povoado. Santa Catarina me pareceu a mais bem cuidada dos quatro povoados
que conheci. Tem uma pintura bonita nas casas e também um local que dizem ter
águas termais. Bom, eu tomei banho frio e fiquei feliz. Foi ali que conheci um
pouco mais sobre a história da tribo e entendi porque somente as mulheres
mantém o traje típico. A roupa masculina leva em torno de 11 meses pra
ser confeccionada, porque todo o tecido é feito a mão e é pra durar muito
tempo, então optaram por usar roupas fabricadas. Já o das mulheres é feito em
menos tempo e por isso a tradição se mantém.
quarta-feira, 25 de abril de 2018
Uma questão de confiança!
Eu não tinha um roteiro fechado na Guatemala, então fui seguindo dicas de locais e viajantes que encontrei pelo caminho. Uma das dicas foi conhecer o Lago Atitlán e seus povoados, e conversa vai conversa vem,
fiquei sabendo que para ir de Antígua existia um ônibus
direto (só vendo! rs) que saia as 7 da manhã. Nessa noite eu havia dormindo num
couchsurfing, e foi uma pena sair tão cedo e não aproveitar o desayuno e conversar um pouco mais, mas não queria perder essa rara oportunidade. Saí
atrasada em direção ao terminal na esperança de pegar um táxi tuc tuc no
caminho, mas eles somem quando mais precisamos. Enfim, segui a pé e já próximo
apareceu um e eu embarquei. Isso já eram 7:10 e acreditando na pontualidade do
busão, achei que tivesse perdido. Se perdi não sei. Ainda tenho dúvidas de que
ele exista...haha. Chegando ao terminal havia um ônibus saindo para Chimaltenango e o
cobrador me disse que deveria pegar aquele e depois outro, porque não havia
nenhum direto. O motorista disse que as vezes passa, mas não no terminal, e sim
numa rua fora da cidade, ou seja, perdi o café e o “direto”. Mas tranquilo, de
acordo com as informações trocaria de ônibus uma vez e chegaria ao destino. Mas
claro que a viagem tornou-se mais divertida. Depois da primeira conexão, já no
segundo ônibus, sinto alguém me cutucar e falar: Pana?! Não achei que era
comigo e disse não. Daí um novo cutucão e quando olhei pra trás, o cobrador já
estava tirando minha mochila e dizendo: tens que descer aqui e pegar aquele
ônibus ali. E nessa hora pensei que nós viajantes desavisados, temos uma
relação de confiança com os motoristas e cobradores desses transportes, porque
eles podem nos mandar pra onde bem entenderem...rs. Nesse terceiro ônibus pude
conversar com uma senhora e suas filhas. Elas me explicaram que deveria tomar
um quarto (e último!!) ônibus para chegar a Panajachel e também me perguntaram
muitas coisas sobre minha viagem. O fato de estar sozinha e não ter marido nem
filhos, ainda é motivo de surpresa, estranhamento e interesse. E tento
entender, pois é o mesmo que sinto por elas!
a primeira vista de Pana |
terça-feira, 24 de abril de 2018
Demora, mas chega!
Cheguei na capital da Guatemala
perto do meio dia. Eu havia feito uma reserva num hostel próximo ao centro,
porque escolhi ficar um dia e conhecer a cidade antes de seguir para Antígua.
Minha ideia era ir de ônibus público, mas de modo geral os “locais” não te
ajudam muito com informações e nem recomendam transporte público (mal sabem
eles que morei no Rio de Janeiro e adorava um ônibus...rs). O táxi estava
saindo quase o preço do hostel, então por um momento pensei em ir direto para
Antígua, até que lendo um blog soube que ali tinha Uber, e assim resolvi o
dilema. Não há muito que fazer na capital, mas dei uma caminhada pelo centro
histórico, curti um showzinho de marimba e aproveitei pra descansar. No outro
dia parti para Antígua, no esquema ônibus público (aqueles coloridos, tipo
escolar) e me surpreendi com uma cidadezinha encantadora, e rodeada de vulcões
ativos. É uma delícia se perder nas pequenas ruas de pedra e procurar o tempo
todo pelo vulcão água, o gigante de Antígua. O artesanato é lindíssimo e também
é possível se deliciar com os chocolates da região. Além disso, existe um tour
muito procurado na cidade, que é subir o vulcão Acatenango, onde as pessoas acampam
pra poder apreciar o vizinho ativo Fogo e suas incríveis explosões. Eu não
topei fazer esse passeio, porque para subir seriam em torno de 5 horas e não me
senti preparada. Fiquei curtindo vídeos e fotos de pessoas que foram e me senti
confortável com a decisão. Mas claro que um “vulcãozinho” eu precisaria
conhecer, então encarei uma subida mais amena, de 1:30 pra ver o Pacaya. Se o
dia está limpo, é possível ver os três vulcões que rodeiam Antígua. Como não
estava, pudemos apreciar claramente do outro lado, o próprio Pacaya e nos
divertimos fazendo “churrasco pra turista” como brincou o guia, quando
assávamos marshmallow no calor do vulcão.
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