segunda-feira, 30 de abril de 2018

Tikal e os Maias


Mais um dia de longa viagem pela frente. O destino agora era a pequena ilha de Flores, uma cidade base para visitar a próxima atração da Guatemala, a cidade maia de Tikal. Diferente de outros países que eu segui praticamente numa linha sul norte, na Guatemala eu atravessei o país de oeste pra leste. Isso porque os lugares mais incríveis e recomendados estavam “espalhados”. E como eu seguiria para a parte do Caribe no México, fazia sentido cruzar a Guatemala e já estar mais próximo da entrada escolhida no próximo país. Flores era uma graça, com um maravilhoso pôr do sol, mas fazia um calor danado que até os cariocas reclamariam...rs. Para chegar em Tikal leva em torno de uma hora, sendo que uma parte do trajeto já é dentro do parque onde fica a cidade. Optei por ir sem guia, então sai caminhando e descobrindo o lugar pelos mapas do próprio parque e foi uma surpresa atrás da outra. Sem querer comecei pelos lugares menos visitados, e a medida que caminhava descobria joias e mais joias no lugar. A melhor sensação foi quando subi uma escada (nisso já haviam várias pessoas) e quando cheguei no topo descobri monumentos altíssimos que eu não fazia ideia que estariam lá. Foi muito legal! E então fui seguindo pra buscar esses lugares e quando achava que já havia visto tudo, me deparava com outros lugares incríveis. O mais legal de visitar esses lugares, além de apreciar as grandiosas construções, é imaginar o povo que ali vivia. Como eram seus hábitos, como conviviam em sociedade e como se relacionavam. É uma viagem surpreendente no tempo!











sábado, 28 de abril de 2018

Depois da tempestade...


Minha ideia depois de Atitlán era seguir para Lanquim. Eu tinha duas opções. Voltar para a capital e de lá tomar um ônibus ou vários para chegar a Lanquim ou usar o serviço de shutlle. O shuttle é como os nossos conhecidos ônibus de viagem, porém é um serviço usado só por turistas e normalmente são vans, ou ônibus pequenos. Para esse trajeto na Guatemala e um outro que se seguiria, era a melhor opção que eu tinha, pois eram distâncias longas e que talvez nem ônibus tivesse. Eu acho que essa foi a viagem mais longa e também a mais dura até agora, pois essa estrada em alguns trechos era assustadora. Além das curvas, estrada de chão e penhascos eu não via a hora de chegar. Depois de 11 horas e muita paciência do motorista e dos passageiros, chegamos a pequena cidade de Lanquin. É bem interessante porque quando chegam os transportes, já estão a nossa espera os responsáveis de cada hotel ou hostal. Alguns apenas para buscar seus hospedes e outros para tentar vender a quem não tem reserva. Eu já havia feito, então peguei uma “carona” até o lugar. No dia seguinte, fui conhecer o responsável por esse deslocamento maluco: Semuc Champey. E então, veio a bonança! É um daqueles lugares que a gente nem acredita que existe. Semuc Champey apesar de parecer um nome pra inglês ver, é na verdade um nome na língua Q’eqchi que significa “donde el rio se esconde bajo la tierra”, que é exatamente o que acontece. O rio se “esconde” por uns 300 metros e depois reaparece. Acima de onde está escondido, se formam as incríveis poças de água verde, na temperatura certa e com a natureza ao redor completando tudo. É possível subir até um mirante para observar essa lindeza, e depois se refrescar feliz. É um daqueles lugares que parecem distantes (e até são), mas estão no mundo então é possível alcança-los e isso é muito maravilhoso!







quinta-feira, 26 de abril de 2018

Dois dias no Lago Atitlán

Chegando no Lago Atitlán, descobri um lugar incrível. Um enorme lago que tem em seu entorno aproximadamente 12 povoados e claro, vulcões! Alguns você pode chegar pela estrada e outros somente de barco. Eu fiquei em Panajachel e dali pude conhecer outros quatro lugares. No primeiro dia peguei um barco até San Juan, e depois caminhei até San Pedro. Cada povoado tem seu diferencial e a produção de um artesanato mais específico. Em San Juan havia muitas galerias de arte com belíssimas obras, em San Pedro o forte eram os restaurantes e é muito procurado pelos viajantes. No outro dia fui conhecer Santa Catarina e San Antonio. Para esses dois povoados, chegar de barco é mais caro pois não existe transporte público, então fui pela estrada. O transporte é na caçamba dos carros, e depois descobri que isso vale para toda a Guatemala. Um transporte nada seguro, mas também não se usa capacete em moto, além de andarem mais de duas pessoas (cheguei a ver quatro numa só...com criança, claro..rs), ou seja, andar na caçamba, tá de boa. Os lugares têm uma vista linda, mas a vida não parece ser fácil. Em San Antonio conheci a Joana, mãe de 8 filhos, separada (o marido a deixou por outra...histórias que se repetem no mundo), e que sobrevivia da venda de artesanato e também da pintura em cerâmica, muita famosa nesse povoado. Santa Catarina me pareceu a mais bem cuidada dos quatro povoados que conheci. Tem uma pintura bonita nas casas e também um local que dizem ter águas termais. Bom, eu tomei banho frio e fiquei feliz. Foi ali que conheci um pouco mais sobre a história da tribo e entendi porque somente as mulheres mantém o traje típico. A roupa masculina leva em torno de 11 meses pra ser confeccionada, porque todo o tecido é feito a mão e é pra durar muito tempo, então optaram por usar roupas fabricadas. Já o das mulheres é feito em menos tempo e por isso a tradição se mantém. 











quarta-feira, 25 de abril de 2018

Uma questão de confiança!

Eu não tinha um roteiro fechado na Guatemala, então fui seguindo dicas de locais e viajantes que encontrei pelo caminho. Uma das dicas foi conhecer o Lago Atitlán e seus povoados, e conversa vai conversa vem, fiquei sabendo que para ir de Antígua existia um ônibus direto (só vendo! rs) que saia as 7 da manhã. Nessa noite eu havia dormindo num couchsurfing, e foi uma pena sair tão cedo e não aproveitar o desayuno e conversar um pouco mais, mas não queria perder essa rara oportunidade. Saí atrasada em direção ao terminal na esperança de pegar um táxi tuc tuc no caminho, mas eles somem quando mais precisamos. Enfim, segui a pé e já próximo apareceu um e eu embarquei. Isso já eram 7:10 e acreditando na pontualidade do busão, achei que tivesse perdido. Se perdi não sei. Ainda tenho dúvidas de que ele exista...haha. Chegando ao terminal havia um ônibus saindo para Chimaltenango e o cobrador me disse que deveria pegar aquele e depois outro, porque não havia nenhum direto. O motorista disse que as vezes passa, mas não no terminal, e sim numa rua fora da cidade, ou seja, perdi o café e o “direto”. Mas tranquilo, de acordo com as informações trocaria de ônibus uma vez e chegaria ao destino. Mas claro que a viagem tornou-se mais divertida. Depois da primeira conexão, já no segundo ônibus, sinto alguém me cutucar e falar: Pana?! Não achei que era comigo e disse não. Daí um novo cutucão e quando olhei pra trás, o cobrador já estava tirando minha mochila e dizendo: tens que descer aqui e pegar aquele ônibus ali. E nessa hora pensei que nós viajantes desavisados, temos uma relação de confiança com os motoristas e cobradores desses transportes, porque eles podem nos mandar pra onde bem entenderem...rs. Nesse terceiro ônibus pude conversar com uma senhora e suas filhas. Elas me explicaram que deveria tomar um quarto (e último!!) ônibus para chegar a Panajachel e também me perguntaram muitas coisas sobre minha viagem. O fato de estar sozinha e não ter marido nem filhos, ainda é motivo de surpresa, estranhamento e interesse. E tento entender, pois é o mesmo que sinto por elas!


a primeira vista de Pana



terça-feira, 24 de abril de 2018

Demora, mas chega!


Cheguei na capital da Guatemala perto do meio dia. Eu havia feito uma reserva num hostel próximo ao centro, porque escolhi ficar um dia e conhecer a cidade antes de seguir para Antígua. Minha ideia era ir de ônibus público, mas de modo geral os “locais” não te ajudam muito com informações e nem recomendam transporte público (mal sabem eles que morei no Rio de Janeiro e adorava um ônibus...rs). O táxi estava saindo quase o preço do hostel, então por um momento pensei em ir direto para Antígua, até que lendo um blog soube que ali tinha Uber, e assim resolvi o dilema. Não há muito que fazer na capital, mas dei uma caminhada pelo centro histórico, curti um showzinho de marimba e aproveitei pra descansar. No outro dia parti para Antígua, no esquema ônibus público (aqueles coloridos, tipo escolar) e me surpreendi com uma cidadezinha encantadora, e rodeada de vulcões ativos. É uma delícia se perder nas pequenas ruas de pedra e procurar o tempo todo pelo vulcão água, o gigante de Antígua. O artesanato é lindíssimo e também é possível se deliciar com os chocolates da região. Além disso, existe um tour muito procurado na cidade, que é subir o vulcão Acatenango, onde as pessoas acampam pra poder apreciar o vizinho ativo Fogo e suas incríveis explosões. Eu não topei fazer esse passeio, porque para subir seriam em torno de 5 horas e não me senti preparada. Fiquei curtindo vídeos e fotos de pessoas que foram e me senti confortável com a decisão. Mas claro que um “vulcãozinho” eu precisaria conhecer, então encarei uma subida mais amena, de 1:30 pra ver o Pacaya. Se o dia está limpo, é possível ver os três vulcões que rodeiam Antígua. Como não estava, pudemos apreciar claramente do outro lado, o próprio Pacaya e nos divertimos fazendo “churrasco pra turista” como brincou o guia, quando assávamos marshmallow no calor do vulcão.